Freud
propôs os conceitos de Id, Ego e Superego.
O
"ID",
a grosso modo, correspondente à sua noção inicial de Inconsciente, seria a
parte mais primitiva e menos acessível da personalidade. Freud chamou-o de
"... um caldeirão cheio de excitações fervescentes. [O id] desconhece o
julgamento de valores, o bem e o mal, a moralidade". As forças do id buscam a satisfação
imediata sem tomar conhecimento das circunstâncias da realidade. Funcionam de
acordo com o Princípio do Prazer, preocupadas em reduzir a tensão mediante a
busca do prazer e evitando a dor. O id contém a nossa
energia psíquica básica, ou a libido, e se expressa por meio da redução de
tensão. Assim, agimos na tentativa de reduzir essa tensão a um nível mais
tolerável. Para satisfazer às necessidades e manter um nìvel confortável de
tensão, é necessário interagir com o mundo real. Por exemplo: as pessoas
famintas devem ir em busca de comida, caso queiram descarregar a tensão
induzida pela fome. Portanto, é necessário estabelecer alguma espécie de
ligação adequada entre as demandas do id
e a realidade.
O Ego
serve como mediador, um facilitador da interação entre o id e as circunstâncias
do mundo externo. O ego
representa a razão ou a racionalidade, ao contrário da paixão insistente e
irracional do id.
Enquanto o id
anseia cegamente e ignora a realidade, o ego
tem consciência da realidade, manipula-a e, dessa forma, regula o id. O ego obedece ao Princípio
da Realidade, refreando as demandas em busca do prazer até encontrar o objeto
apropriado para satisfazer as suas necessidades e reduzir a tensão. O ego
não existe sem o id;
ao contrário, o ego
extrai sua força do id.
O ego
existe para ajudar o id
e está constantemente lutando para satisfazer os instintos do id.
A terceira parte da estrutura da personalidade
definida por Freud, foi o Superego, que se desenvolve
desde o inicio da vida, quando a criança
assimila as regras de comportamento ensinadas pelos pais ou responsáveis
mediante o sistema de recompensas e punições. O comportamento inadequado
sujeito à punição torna-se parte da consciência da criança, uma porção do superego. O
comportamento aceitável para os pais ou para o grupo social e que proporcione a
recompensa torna-se parte do Ego-Ideal, a outra porção do superego. Dessa forma,
o comportamento é determinado inicialmente pelas ações dos pais; no entanto,
uma vez formado o superego,
o comportamento é determinado pelo autocontrole. Nesse ponto, a pessoa
administra as próprias recompensas ou punições.
O superego representa a moralidade. Freud descreveu-o
como o "defensor da luta em busca da perfeição - o superego é, resumindo,
o máximo assimilado psicologicamente pelo indivíduo do que é considerado o lado
superior da vida humana". Observe-se então, que, o superego estará em
conflito com o id.
Ao contrário do ego,
que tenta adiar a satisfação do id
para momentos e lugares mais adequados, o superego tenta inibir a completa
satisfação do id.
Assim, há uma constante luta dentro da personalidade
quando o ego
é pressionado pelas forças contrárias insistentes. O ego deve tentar
retardar os ímpetos agressivos e sexuais do id, perceber e manipular a realidade para
aliviar a tensão resultante, e lidar com a busca do superego pela
perfeição. E, quando o ego
é pressionado demais, o resultado é a condição definida por Freud como ansiedade.
Id: fonte de energia psíquica e o
aspecto da personalidade relacionado aos instintos.
Ego: aspecto racional da personalidade
responsável pelo controle dos instintos.
Superego: o aspecto moral da personalidade,
produto da internalização dos valores e padrões recebidos dos pais e da
sociedade.